quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Protesto!




No sábado passado, estava assistindo ao programa Balanço Geral, apresentado pelo jornalista Gbê, quando fiquei chocada com a seguinte notícia: em Albina, no Suriname, um brasileiro matou um marrom (quilombola local), o que gerou uma indignação coletiva dos nativos, que em represália reagiram com muita violência, atentando contra a vida de brasileiros, com ataques a adultos, crianças, homens, mulheres, idosos, gestantes, indiscriminadamente.
Há relatos de espancamentos, tortura, mortes, estupro, pessoas desaparecidas na mata, incêndio no alojamento de brasileiros... No desespero, muita gente fugiu, e fugiu do jeito que dava, se embrenhando na mata, se jogando no rio.
A tevê nos mostra imagens impressionantes: roupas, chinelos, pertences de bebês, tudo jogado, tudo espalhado, deixado pra trás. Também ouvi depoimentos de surinameses, chamando os brasileiros de bandidos e ladrões.

Pessoal, isso é crime e tem nome: GENOCÍDIO. E é um absurdo a postura quase que inerte do governo brasileiro diante desse massacre, sem falar no desinteresse da imprensa, que prefere noticiar as notórias promoções de mercado tradicionais depois das festas de fim de ano, em detrimento da minuciosa cobertura dos acontecimentos em Suriname. A imprensa nacional deveria estar pressionando as nossas autoridades para que tomem providências efetivas sobre o caso. O presidente Lula nem se pronunciou sobre essa tragédia! Seria por questões diplomáticas?
Aiaiai, postura completamente diferente foi tomada em relação àquela brasileira que foi lá pra Suiça fingir uma gravidez e um ataque neonazista. Bem, ela é advogada. As pessoas que estão sofrendo com hostilidades no Suriname são pobres. Será que isso tem relação com alguma coisa?
Mais dois pontos:
- Vale lembrar que alguns brasileiros que atravessam ilegalmente pra Guiana Francesa são recebidos a peso de bala. E como fica a questão dessa “ponte da amizade” que vai nos ligar com as Guianas? Já sei, já sei, você deve estar com vontade de dizer: “Ô Nathália, não confunda o Tratado de Tordesilhas com o tarado atrás das ilhas!”. Ok, eu sei que Guiana Francesa é Guiana Francesa e Suriname é Suriname, mas acontece que é um pertinho do outro. Além do mais, note-se que a reciprocidade de tratamento humanitário dos mesmos em relação ao Brasil não é verdade. Você já ouviu dizer que policiais brasileiros receberam estrangeiros, na fronteira do Oiapoque, a peso de bala? Nem eu!
- No momento, não cabe julgar se os brasileiros em Albina estão ilegais, nem discutir se suas intenções de se mudar para o estrangeiro são legítimas ou não. O caso aqui é o ferimento da dignidade da pessoa humana, princípio constitucional nosso. Imaginem só o medo, o temor que as pessoas estão vivendo por lá... Gente, foram terçadadas nos lábios, mamilos, seios, estupro e muita coisa está sendo abafada.
Este post é pra expressar meu desejo de que o ESTADO BRASILERO adote uma postura mais enérgica e defenda a nossa gente. E, principalmente, para que tranqüilize as famílias enlutadas, pois as informações que nos chegam são muito desencontradas. Precisamos saber a verdade.
Deus abençoe todas essas pessoas e lhes dê paz e sossego. Nossa Senhora, rogai por eles. Amém!

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